quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Infidelidade Calculada

Havia algo como uma afinidade eletrônica. Como se eu, halogênia, quisesse me ligar a ele, elemento nobre. Tão completo em sua aparência, sua camada de valência. Estávamos separados por uma membrana semipermeável. A solução dele estava concentrada e a minha, diluída, distraída. Foi preciso um catalisador para baixar a energia de ativação do sistema. Houve uma diminuição do volume e um aumento da pressão. Aproximação. Tensão. Sem que se pudesse prever qual seria a reação.
Meus orbitais oculares brilharam num arranjo cristalino. A substância de que ele era feito era altamente reativa e se decompunha em partículas tais quais fagulhas elétricas, excitando o meu sistema, mudando meus elétrons de camada. Foi à Q. Voltei em fótons. Eu poderia brilhar. Na teoria, o cálculo indicava que nossas massas e geometrias eram perfeitos para um equilíbrio dinâmico. Bem dinâmico, se dependesse da minha energia. Na movimentação da nossa mistura agitada, aumentou a superfície de contato e a temperatura subiu. Deslocou meu equilíbrio. E era visível que a reação direta era recíproca à reação inversa. Éramos uma mistura homogênea, eu-tética, ele-trônico e precisávamos de uma solução.
Vamos, reaja! Estou curiosa para saber do seu produto!
Mas os choques não foram efetivos e permanecemos no estado ativado, mas inertes. A demonstração discursiva do processo mostra que cada um de nós estava em compostos estáveis e precisávamos de muita energia para quebrar as ligações.
Mas sabe-se que há re(l)ações que demoram anos para acontecer. Não tenho pressa.
Cantamo-nos, não reagimos, decantei.

2 comentários:

  1. Meeeeuuuu!!
    Muitooo Bom, muito bom, muito bom!!
    =DD
    Caraca, legal demais!! =D
    hahaha..
    Mais uma vez, muito bom.. ^^
    Permissão para colocá-lo no meu blog? *-*

    Nada demais, mas responde lá, um dia se der, hehe
    [sou amigo da Cátia]

    PS: Muito boa essa postagem!! =D
    =**

    Jp

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